Personalidades do turismo brasileiro debateram sobre o setor na Feira Internacional de Turismo - São Paulo, realizado pela Associação Brasileira de Agencia de Viagens – ABAV/Ministério do Turismo na ultima semana de setembro. Seguem abaixo as principais considerações dos pensadores do Turismo Internacional.
O Executivo da OMT (Organização Mundial do Turismo), Marcio Favilla, apresentou em seu painel aspectos da evolução e mudanças históricas dos destinos turísticos mais destacados do mundo, que a partir de 1950 tiveram grande incremento, destacando que atualmente o foco dos destinos turísticos é a sustentabilidade, requerendo investimentos em infraestrutura , qualidades de serviço, acessibilidade, segurança, e preservação ambiental.
Outro palestrante, Eduardo Sanovics, demonstrou a evolução do Turismo Brasileiro entre 2002 e 200 e a atualidade. Antes a imagem do turismo brasileiro estava vinculada ao binômio lazer/natureza quase sinônimo de sol/praia. Hoje, o ‘Rei Sol’ perdeu sua hegemonia e outras opções se consolidaram no mercado nacional de destinos Turísticos. Neste contexto, enfatiza que “temos que mudar o foco e buscar alternativas para os destinos tradicionais não definharem”. Asseverou ainda que “é preciso resgatar a Embratur enquanto modelo de gestão e aprofundar as políticas de captação de eventos”. Apontou também que o modelo de férias do Brasil é equivocado e deve ser repensado, uma vez que é um pais continental com enormes diferenças climáticas. Ao finalizar destacou que a reciprocidade entre Brasil e Estados Unidos – representa “uma prática cada vez mais equivocada” dificultando as potencialidades do turismo globalizado. em termos do turismo internacional.
O presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagem, Pedro Costa Ferreira, foi categórico em afirmar que “O que era bom há 10 anos tornou-se obsoleto. É necessário repensar a organização das cidades, a limpeza pública, as questões cruciais de segurança e as questões estruturais de longo prazo”. Acrescentou que “urge promover melhor o país na Europa como um todo e principalmente em Portugal, berço nacional”. O presidente da WTAAA relatou sua visão de políticas consequentes para o incremento a cadeia do turismo e relatou suas dificuldades para conseguir visto para vir ao Brasil. Mencionou o fato de que nosso país dispõe de orçamento irrisório para divulgação no exterior – uma verba em torno de 10 milhões de dólares, comparando com o México que dispõe de US$ 500 milhões.
Ao final dos debates, O Secretário Nacional de Políticas do Turismo, e Raimundo Coimbra Junior manifestaram otimismo na superação da crise econômica do país, divulgando que existe um movimento na Assembleia Legislativa Federal para facilitação ou isenção de vistos para a entrada de norte-americanos no Brasil. Destacaram que “todos sabemos que os americanos gostam das Olimpíadas (RIO 2016), que viajam com a família toda e que o Brasil continua criando dificuldades e desestimulando a entrada dos americanos em nosso país, especialmente agora, que está mais barato fazer turismo no Brasil”. Finalizaram afirmando que o câmbio, da forma que está, favorece as chances de o Brasil equilibrar sua balança comercial só com o turismo, pois tem menos gente gastando no exterior e mais estrangeiros co potencial de trazer divisas para o nosso país.