Construindo Uma Cidade Turistica

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Retrospectiva - a hotelaria Gaucha em 2015 e uma visão sobre 2016

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Ameaças

A maior ameaça para a hotelaria em 2015 e 2016 é o ‘Aluguel de temporada”

 

As prefeituras precisam regular isso, uma vez que proibir é impossível, indesejável e fere a livre iniciativa, para rever tres conceitos: o da segurança, o da saúde do turista e o da concorrência desleal via tributação. Assim, chamemos a vigilância sanitária e a câmaras de vereadores para criar uma lei tributária que coloque dentro do sistema legal estes novos atores.
 
Oportunidades
As maiores oportunidades estão na expansão dos novos mercados, na utilização maciça da tecnologia e na fusão de empresas.

 

Em tempos de crise, a moeda mais valorizada é a criatividade, por isso, o ano de 2016 será o ano da inteligência competitiva. Quem for mais criativo vencerá os menos corajosos e comprará suas empresas. Um super guru americano diz que “em tempos de vacas gordas se vende produtos e em tempos de vacas magras, se compra concorrentes”.

 

Desafio 
O maior desafio será fazer mais, com menos.

 

2013 e 2014 foram os anos da euforia. 2015 e 2016 serão os anos do desafio. Quem criou reservas e souber surfar sobre as dificuldades artificiais criadas de forma aleatória algures alhures, fará sucesso, quem não entender este momento e mudar radicalmente, será – ou já foi – engolido.

 

2015 foi um ano que marcou a vida dos brasileiros como o “ano depois da copa”, e apenas no Rio de Janeiro ele foi “o ano antes das Olimpíadas”. Com as mesmas incongruências que são mais visíveis na última semana do último mês do ano: no primeiro bloco de notícias, a euforia de inaugurar uma obra revolucionária como o Museu do Amanhã e no segundo, a crise do estado que não paga salários e não trata os doentes. Para alguem que raciocine, pode ser que a pergunta a não querer calar seja: onde está a mentira?

 

Em um cenário onde os ladrões tomaram conta, o governo regurgita suas entranhas e a economia derrete, os setores da sociedade precisaram se administrar ao largo dos governos alem de ter que conviver som sua voracidade para se manter de pé. Como um corpo doente, o governo come dinheiro de boa cepa e devolve excrementos de mau cheiro. E neste faroeste, uma boa parte da hotelaria foi engolida pelo clima de medo e deu sinais de cansaço. Outra parte conseguiu surfar a onda antes do tsunami e uma outra parte, pequena, ainda não percebeu o esgotamento do modelo e sucumbiu ao canto da sereia, abandonou os caminhos da hospitalidade e se atirou nos braços da Real Estate Industry.

 

Breve Histórico de um case de super oferta de algumas cidades

Porto Alegre e Rio Grande foram vítimas de duas ações do governo que podem ser vistas como um avanço ou como um retrocesso, dependendo do ponto de vista, porem, qualquer que seja a forma de ver, a indústria naval provocou uma corrida competitiva entre a EBI e a hotelaria tradicional estabelecida na cidade que se renovou e expandiu, assim, a cidade aumentou seu tamanho em ¼ e sua oferta hotelaria em 300%. Do outro lado da laguna, a capital sofreu um boom de novos endereços que transformou a sua diária hoteleira na mais barata do país e destruiu vários os hoteis antigos

 

Anúncios e Vapor
Nos anos de 2013 a 2015, mais de 50 anúncios de novos condo-hoteis forram colocados na imprensa, entretanto, em buscas nas prefeituras anunciadas, metade deles não se tornaram sequer consultas. Isso leva a concluir que houve a prática de “vapor”, para auscultar o mercado em uma pesquisa invertida. Dos anúncios anteriores que emplacaram em 2015, os mais vistosos foram os que se realizaram em Gramado, Porto Alegre e Rio Grande.

 

Gramado inaugurou neste ano o Kehl Haus, o Cercano, o Laghetto Pedras Altas e o Encantos Hortênsias, que, juntos colocaram no mercado, mais de 300 novos quatros, provocando um impacto próximo de 8% da oferta da cidade. 6 pequenas pousadas abriram as portas em 2016 e completaram o novo mapa da oferta hoteleira da cidade numero um no desejo dos brasileiros. Obras aceleradas como os GJP-Prodigy, Stilo-Borges e Snowland-Termas Resort, devem ofertar outros 600 novos quartos em 2016/2017. Na prefeitura de Gramado, 15 novas pousadas foram aprovadas e devem se somar aos atuais 4931 quartos em 166 endereços de hospedagem na cidade de 36,8 mil habitantes, que simula, junto com a cidade vizinha de Canela, um parque temático com mais de 200 pontos de alimentação fora do lar, 65 atrativos turísticos, 12 destes como únicos no país. 

 

Porto Alegre em 2015 colocou no mercado apenas um anúncio de meio de hospedagem e nenhuma abertura - o Laghetto Stilo no bairro Auxiliadora - será erguido pela Goldstein-Cirela,  já nasceu gerando conflito criado por algum retrógrado que não entende a mecânica de produção de um condo-hotel e denunciou o mesmo para a Comissão de Valores Mobiliários. 

 

Um olho no peixe e dois olhos no gato
A velha hotelaria da capital não toma jeito: ela, na personificação de seus “donos”, em parceria com seus bufões travestidos de mega especialistas em tragédias negociais e comunicadores mal pagos, passam muito mais tempo preocupados com os concorrentes reais ou imaginários, do que com seus clientes, funcionários e com a qualidade de seus prédios. Isso foi observado pela primeira vez na abertura de um hotel no centro de Porto Alegre em 1958 e se repetiu em 1975, 2000 e agora em pleno século das otas e dos paypals da vida, se está colocando o mesmo arranhado e velho disco para tocar: uma denúncia na CVM, com origem conhecida e endereço certo, foi disparada contra o novo empreendimento da Goldstein-Cirela e ocorreu um foguetório quando se anunciou o fracasso do empreendimento do MGrupo na Av. 24 de outubro, no elegante bairro Moinhos de Vento. Tambem tem bateria de foguetes preparada para o anuncio da postergação da abertura do Intercity da Segunda Perimetral para 2018.

 

Obras inacabadas
O risco de ficarem obras inacabadas atrapalhando a vista em algumas cidades é grande, muito em função das demoras. Do mesmo jeito que algumas “obras da copa” continuam sendo realizadas, a exemplo das trincheiras – passagens de nível de transversais pela terceira perimetral – que não progridem, seja por falta de verba, ou por falta de projeto ou por falta de vergonha na cara.

 

Fechamentos, 
O único hotel a capital gaucha a não resistir o “efeito pós-copa”, foi o Plaza Porto Alegre, que teve pompa e circunstância no encerramento de suas operações. Um ícone da hotelaria da cidade, com mais de meio século de história, “afundou atirando”: saiu do mercado com direito a coquetel para anunciar novos rumos para a empresa – porem, parecendo secretamente, querer chamar a atenção para os problemas criados pelos concorrentes que não respeitam história ou memória e tomaram-lhe os clientes.

 

Junto com o “Plazinha”, alguns endereços desapareceram da lista de hoteis da capital, dentre os que nasceram na euforia. Nomes como Bragança e Rishon, e alguns hostels, se apresentavam como meio de hospedagem ou hoteis, porem eram apenas alojamento de operários, criados pelo fenômeno criado pelo furor das obras e pelo Ministério Público do Trabalho. Porto Alegre e sua Região Metropolitana, em cinco anos, construíram dois estádios, uma estrada, uma ponte, tres shopping-centers, duas avenidas e tres viadutos, alem de duplicar a Celulose e o Pólo. Com uma série de acidentes – alguns fatais - nos alojamentos das obras, a justiça do trabalho entrou em cena e obrigou as empreiteiras a dar pouso digno para os operários e isso resultou em uma boa oportunidade de alguns hoteis ganharem em forma de hospedagem barata, com até 4 pessoas em um quarto, com café da manhã e jantar. Surgiram alguns endereços simples, até mesmo improvisados, que alteraram o mapa de ocupação da cidade por algum tempo. Com o fim das obras, estava decretado tambem o fim destes hoteis “temporários”, que serviram como munição para os alarmistas e para as vítimas desta euforia. A hotelaria “por decreto” funcionou pouco tempo e não resistiu aos ditames do mercado.

 

O ano se encerra dando notícias que duas empresas hoteleiras antigas, de Porto Alegre, daquelas onde o “escravo” é obrigado a chamar o filho do patrão de “doutor”, estão por mais de um semestre no vermelho e se encaminham para passar à história. 

 

Redes
As redes – sejam de que segmento for - não sobrevivem muito fácil no RS. Foi assim com as casas bahia e assim está sendo com a walmart, que anunciou o fechamento ou enxugamento da grife Nacional de supermercados. Da mesma forma que muitas marcas nacionais ou globais quebraram a cara no estado, as redes hoteleiras “estrangeiras” pensam ENE vezes antes de se aventurar por aqui. Isso tem feito a festa das redes locais, como Intercity, Laghetto, Encantos e Dalloder, que sombrearam a ACCOR que, talvez por este motivo, tomou cuidado, depois de ver subir e descer suas bandeiras em várias cidades emblemáticas como Torres, Gramado, Caxias do Sul e Porto Alegre, franqueou a Atrio para a maioria de suas operações no estado.

 

Condo - hoteis
O modelo de quase todos os novos endereços de hospedagem no estado ou são condomínios hoteleiros ou são as pragas da hotelaria chamadas aluguel de temporada. 

 

Os condohoteis são, na verdade, a maneira simples e criativa que os construtores descobriram para se livrar de dois verdugos: os bancos e seus juros escorrchantes e o governo e seus tributos insuportáveis.

 

Aluguel de Temporada - o que é isso?
Uma forma de hospedagem temporária que concorre com a hotelaria regular, aproveitando residências temporárias, desativadas ou destinadas a investimentos lúdicos. Uma mania dos humanos bem sucedidos financeiramente é a de ter a segunda moradia e a terceira moradia, de preferência uma na praia e outra na montanha. O termo aluguel de temporada é, na verdade e no fundo, “aluguel de casa de temporada” e não para o locador passar temporadas, como a abreviatura pode sugerir. Isso então, criou uma base instalada que está sendo oportunisticamente potencializada pelas novas formas de comercialização. Da mesma forma, pode gerar três prejuízos: para o turista, que não tem segurança ou garantia de hospedagem, para os cofres públicos que perde arrecadação e para a hotelaria regular, que arca com a propaganda e com a qualificação e vê o destino ser desqualificado por exemplos como os dois a seguir. 

 

Ivone Ferraz, presidente do sindicato patronal dos hoteis da costa leste do RS viveu neste mês, uma cena de filme: dois policiais militares em uma viatura oficial escoltaram uma família argentina até a sede da entidade para reclamar da hospedagem. Eles alugaram uma casa que não existe! Pagaram, vieram e ficaram na rua, foram à polícia e a polícia foi ao sindicato. Na conversa com os argentinos, Ivone descobriu que na Argentina tem mais propaganda de “casas de temporada” no RS que propaganda de hotel regular. Ao perguntar para estes PSEUDOTURISTAS porque alugar uma casa ao invés de ir para um hotel eles foram simplistas: “é mais barato e é o que cabe no meu bolso”. Pela sua perfeita educação, formação e talento, ela não replicou, mas, os Hermanos ficaram sem seu dinheirinho suado e dormiram na rua.

 

Em Gramado, mais de 400 endreços estão disponíveis em redes sociais, otas e nos indefectíveis carros velhos oferecendo “vagas”, apartamentos e casas. No ocaso do ano de 2015, “mais um caso de Locação Clandestina, e pior, fraude: uma moça veio com a família para Gramado, mas, antes depositou 50% do aluguel da casa e chegando na cidade, desscobriu que a casa não existia e tiveram que dormir no carro, no posto de gasolina, para no outro dia tentar achar algo dentro das possibilidades deles”. Este é um relato simples feita em rede social pro uma proffissional de hotlaria que se sente atingida por essta prática que compromete a qulidade e o nome do destino onde ela se insere.

 

A Meca e o Mico 
Gramado se tornou a Meca dos turistas nos últimos 5 anos, isso explodiu em 2015 e, com isso tambem, ela também atrai muitos olhares, cria muitas oportunidades e também provoca ira e desejo em muitos. Redes de lojas de todos os portes correm a abrir pontos em endereços caros, sem pesquisa de mercado para saber se o lugar aceitaria ou comporta a operação, pequenos cozinheiros de final e semana abrem restaurantes e corretores de última hora oferecem imóveis irreais por preços obscenos. São os efeitos colaterais do sucesso. Na hotelaria regular, a abertura de hoteis ainda não esgotou o potencial da cidade, que pode evoluir sem susto, desde que a promoção, a infraestrutura e a mobilidade e os acessos permitam. Um dos sinais de não esgotamento da oferta no destino é que, ao ser comparado com outros de atratividade parecida, ela ganha em competitividade e perde em quantidade, sinalizando que o erado ainda nãos e esgotou.

 

De outro lado, a contrapartida da Meca que virou Mico, ocorreu em Rio Grande, na outra ponta do estado, onde a hotelaria correu para lá como se vai à corrida do ouro e achou o infortúnio de uma indústria estagnada e cujo futuro depende muito mais dos humores de Brasília ao invés da força da economia local.

 

Filhos da Euforia
Mesmo assim, a euforia irresponsável pode determinar o fracasso de algumas propostas, inclusive a de promover turismo bastantão, pensando que com isso se cria riqueza.

 

Os frutos desta euforia desmedida e ufanista pode ser também uma forma de depredar o destino e os cuidados nem sempre são bem entendidos pelos que acham que turismo é ação social e não apenas negócio.

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