Presidente da Embratur reuniu-se com representantes do turismo de Foz do Iguaçu para discutir estratégias de desenvolvimento sustentável, econômico e turístico da cidade
Em encontro com o trade turístico de Foz do Iguaçu, no Paraná, na tarde de sexta (26), o presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinícius Lummertz, ressaltou que o turismo é um parceiro confiável e um forte aliado no que diz respeito ao tema sustentabilidade. “O turismo poder ser uma tropa de choque para proteger e defender o meio ambiente”, disse ele.
No encontro, foram sugeridas medidas para o incremento do fluxo de turistas estrangeiros no destino Iguaçu. Um dos principais temas discutido foi o estabelecimento de Foz do Iguaçu como uma zona Especial de Interesse Turístico. A ideia é que no momento em que for aprovado o projeto de criação dessas áreas, a região seja a primeira beneficiada.
O assunto já é pauta do Ministério do Turismo e da Embratur, que tem defendido a importância da criação de zonas de interesse turístico, locais em que se pretende flexibilizar os tributos, facilitar o processo de licenciamento ambiental e reduzir a burocracia.
O Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu) se comprometeu a mapear as necessidades da região e indicar à Embratur pontos a serem inseridos ao projeto que será apresentado no Congresso Nacional. “Precisamos de uma força tarefa para fazer isso acontecer. A lei que determina a criação dessas zonas foi criada em 1977, mas só agora está sendo complementada”, reforçou Lummertz.
“A ideia é criar uma zona competitiva para aumentar o faturamento no Brasil, assim como é em Cancun, por exemplo. Agilizar isso não é nenhum favor para o estado, pois sabemos que todo o Brasil será retribuído e impactado diretamente com a implementação do projeto”, completou ele.
Gilmar Piolla, superintendente de Comunicação Social da Itaipu e presidente do Fundo Iguaçu, acredita que Foz do Iguaçu deve ser considerada zona especial de interesse turístico, com legislação fiscal e tributária diferenciadas, e licenciamento ambiental simplificado, por ser um dos principais destinos turísticos do Brasil e da América do Sul, e por ter o turismo como fator de integração com as cidades vizinhas de Puerto Iguazú (Argentina) e Ciudad del Leste (Paraguai). Ele defende um aumento da cota de compras na região de fronteira, dos atuais US$ 300 para US$ 500.
“Com o aumento da cota, pelo menos um quarto dos brasileiros que viajam a outros países viria fazer compras na região, dinamizando o turismo interno, os voos domésticos, a hotelaria, a gastronomia e os serviços de receptivo. Seria um grande impulso à economia regional, pois diferentemente das compras no exterior, que provocaram um déficit de US$ 25,6 bilhões nas contas externas do Brasil no ano passado, os recursos ficariam aqui na fronteira, gerando empregos e investimentos", destacou Piolla.
Também participaram da reunião representantes do Iguassu Convention & Visitors Bureau, Itaipu Binacional, Fundo Iguaçu, Sindicato das Empresas de Turismo, Comtur (Conselho Municipal de Turismo), Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu e Codefoz.
O encontro fez parte da agenda de Lummertz em Foz do Iguaçu, onde ministrou palestra, também na sexta, no 6º Fórum Mundial de Meio Ambiente, defendendo que para ser ainda mais competitivo, o Brasil precisa estar atento a fatores ligados a sustentabilidade e qualidade de vida. Com o tema: “O Turismo e as Cidades do Amanhã”, o presidente da Embratur abordou o impacto de cidades sustentáveis no turismo para 370 participantes, entre ambientalistas, empresários, políticos e autoridades.
Outros temas discutidos
Os representantes do turismo da cidade abordaram outras questões com o presidente da Embratur, como o apoio à promoção e realização da TMLA (Travel Mart Latin América), que visa incentivar a comercialização do destino Iguaçu no mercado internacional.
A TMLA é uma feira turística voltada para a geração de negócios, captada pela cidade de Foz para acontecer em setembro de 2016. O evento deve atrair mais de 1.100 profissionais do setor de diversos países com o objetivo de comercializarem produtos turísticos latino americanos para compradores internacionais, em especial da América do Norte e Europa. Neste ano, o evento será na Guatemala.
“Gostaríamos do envolvimento e apoio da Embratur para essa ação de promoção, no intuito de estabelecer um planejamento que permita a vinda de um número maior de compradores à esta edição que será no Brasil”, disse Fernando Martin, presidente do Iguassu Convention & Visitors Bureau. “Entendemos que o sucesso deste evento não trará benefícios apenas à Foz, mas se soubermos aproveitar essa oportunidade em contato direto com esses compradores internacionais, podemos incrementar o número de visitantes estrangeiros no Brasil”, destacou Martin.
Ainda no mesmo encontro, os participantes debateram a facilitação de vistos para estrangeiros e a possibilidade da liberação para determinados países, em casos ou momentos especiais, como as Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016. Os presentes na reunião mencionaram que uma das grandes dificuldades à vinda de um número maior de turistas estrangeiros no Brasil, são os processos burocráticos para a obtenção de vistos.
A proposta é facilitar o procedimento, como ocorre atualmente na Argentina com o reciprocity fee. Os representantes do segmento da região explicaram que, por dividir o principal atrativo turístico, as Cataratas do Iguaçu, com a Argentina, percebe-se que há países que enviam mais turistas estrangeiros ao lado argentino pela facilidade de entrada naquele país. O grupo sugeriu uma prova piloto exonerando a exigência de Visa por um determinado tempo para, por exemplo, cidadãos dos Estados Unidos e Canadá, ou a cobrança de fee com objetivo de trazer um rápido retorno tanto no turismo de lazer como de eventos.