Integrante do Projeto Geoparque Caminho dos Cânions do Sul, Torres, com mais municípios da região, vai disputar junto à UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) o reconhecimento deste território como de relevante valor geológico, histórico e cultural. O projeto é integrado por quatro municípios da região do Extremo Sul Catarinense e quatro municípios do Rio Grande do Sul. A região deve formalizar sua candidatura em outubro de 2016. A concretização da proposta foi debatida nessa última quinta-feira, 30 de julho, na Prefeitura de Torres entre componentes deste consórcio e a prefeita Nílvia Pinto Pereira.


A prefeita se mostrou bastante entusiasmada com a iniciativa. Conforme ela, a presença de Torres neste projeto é muito importante porque as feições geológicas existentes no município contribuem para a aprovação deste Projeto pela UNESCO. Oito municípios fazem parte do Geoparque, quatro municípios de Santa Catarina (Jacinto Machado, Praia Grande, Timbé do Sul e Morro Grande) e outros quatro do Rio Grande do Sul (São José dos Ausentes, Cambará do Sul, Mampituba e Torres).


O roteiro abrangendo parte do extremo sul catarinense e do norte do Rio Grande do Sul concorrerá com outros 22 projetos do Brasil, o que indica a dificuldade e a necessidade de apresentar um projeto consistente, já que cada país pode apresentar apenas duas propostas de Geoparque. Nílvia destaca a participação de Torres por possuir uma das dez falésias mais bonitas do Planeta, além de contar com as Unidades de Conservação: Ilha dos Lobos, Parque Itapeva e APA da Lagoa de Itapeva e constar da Rota Internacional das Baleias Francas, fatores esses que aumentam as chances de certificação.


Para tratar do assunto, nesta quinta-feira, a prefeita recebeu a visita de uma comitiva formada pelo presidente da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (AMESC) e prefeito de Jacinto Machado, Antônio João de Fáveri; do prefeito de Praia Grande, Valcir Daros; e de técnicos daqueles municípios e de Torres, das áreas de turismo, meio ambiente, desenvolvimento rural e planejamento. De Torres, a geóloga Maria Elisabeth da Rocha é quem acompanha o assunto desde o seu início. O vice-prefeito Ildefonso Brocca também participou da reunião.


No encontro foram discutidos os resultados esperados com a inclusão da região na Rede Global de Geoparques, como: geração de emprego e renda; elevação do IDH; agregação de valor na economia da região; fortalecimento do envolvimento da população local em projetos, ações e práticas de sustentabilidade; aumento de oportunidade para empreendimentos locais, em especial no mercado turístico; aumento da demanda para produtos locais, em especial de produtos coloniais, artesanais, agroindustriais, dentre outros; e a valorização da cultura local. O encaminhamento agora é da elaboração de extenso e complexo documento que deve ser enviado à UNESCO para esta candidatura. O propósito é o de obter a maior pontuação possível nesta concorrência.


De acordo com a comitiva, o Geoparque é uma área com limites bem definidos que contenha um determinado número de sítios geológicos de importância científica, raridade e beleza, agregando valor arqueológico, ecológico histórico e cultural. O projeto Geoparque é reconhecido e avaliado pela Rede Global de Geoparques e UNESCO. O grande propósito é de aproveitar estes atributos para alavancar o desenvolvimento da região por meio do turismo e da projeção nacional e internacional que o reconhecimento da UNESCO confere. O Projeto Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional-SDR/Araranguá e Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense-AMESC, em parceria com os municípios que compõem a área do projeto para a candidatura deste território ao título de Geoparque conferido pela Rede Global sob o patrocínio da UNESCO.